Centros de Dia fechados. Isolamento acelera depressões e demências entre idosos

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A presidente da Comissão Instaladora da Ordem dos Assistentes Sociais, Júlia Cardoso, considera que não há razão para que alguns centros, em meios rurais ou mais pequenos, que não foram tão afetados pela COVID-19, não reabram. De forma faseada, se for necessário e com todas as medidas de proteção que evitem qualquer possibilidade de contaminação. Dando prioridade aos idosos mais isolados.
 Há pessoas que estão completamente sozinhas, nem sequer família têm ou está longe. Foram para casa há três meses quando os centros de dia fecharam, com a declaração do estado de emergência. São essas que nos devem preocupar prioritariamente porque, em muitos casos, estão em estado de grande precariedade do ponto de vista físico, emocional e mental”, alerta Júlia Cardoso, presidente da Comissão Instaladora da Ordem dos Assistentes Sociais, em entrevista à Renascença.  
Incluídos nos grupos de maior risco de contaminação pela COVID, muitos idosos – sobretudo os que têm maiores dificuldades de mobilidade ou perda de capacidades cognitivas – estão em casa desde março. Alguns recebem apenas a visita das auxiliares do centro de dia que lhes levam a refeição, de segunda a sexta-feira. Para outros, foi preciso reforçar o apoio domiciliário. 
 Para os profissionais que estão no terreno, a realidade é clara e preocupante: muitos destes idosos estão deprimidos, a perder a mobilidade, não percebem porque não podem sair e estar com os seus companheiros de Centro, sentem falta das atividades e os estados demenciais e a dependência estão a avançar.