Como foi o passeio ao Gerês (português e galego) organizado pela Delegação Norte da APRe!

74

No passado dia 22 de Junho, a Delegação Norte da APRe! organizou um passeio/convívio, ao Gerês (português e galego) com longa caminhada (para quem a quis, e pôde, fazer) e banho, no fim. Faz agora um ano, tínhamos ido aos passadiços do Paiva – mas o tempo, desta vez, portou-se bem melhor (tão ameno, nem de encomenda…).

Foi uma óptima jornada, com momentos bem doseados (e caminhada ajustada à vontade, condições e ritmo dos participantes – houve quem fizesse só parte do percurso, tal como houve quem o fizesse todo a pé).

Na bela paisagem protegida do Gerês, os olhos foram pousando tanto nos longes que se lhes ofereciam, a cada momento, como no perto, nos pormenores: na carqueja, nos fetos rendados do Gerês, em árvores inclinadas e abraçadas, nas bagas vermelhas do teixo (árvore da imortalidade, e por isso sagrada, para os druidas), na madressilva, da brava, em flor, nas cascatinhas d’ água…

Relato do percurso, resumido:

Do Porto até ao Campo do Gerês, apenas uma breve paragem, para café e desentorpecer as pernas. A partir daí, do ponto combinado, seguiu-se caminhada, junto à albufeira de Vilarinho das Furnas até Portela do Homem (passo de montanha na fronteira com Espanha, comunidade autónoma de Galiza, província de Orense).

Quem não fez o percurso todo e seguiu de carrinha até à fronteira, pôde descansar e retemperar forças, à sombra, ao ar livre ou no café entretanto aberto, ou, melhor ainda, indo ver a cascata do rio Homem, a cerca de 800 metros (com as suas águas verdes, transparentes).

Quando o grupo se reuniu, continuou-se a viagem até Lobios que é estância termal, com paragem para repouso e piquenique nas margens relvadas do rio Caldo (onde quem quis tomou banho). Estenderam-se toalhas e mantas, à sombra e ao comprido, paralelamente ao rio, de forma a toda a gente se poder sentar e partilhar das mesas entretanto postas (escusado dizer que não faltou nada, embora tenha sobrado muito), num agradável convívio.

Depois do café, pequena viagem para visita a antigo edificado romano (ainda na província de Orense, em Bande, no “baixo Lima” – rio que, na Galiza, onde nasce, só faz cerca de 40 km até entrar em Portugal, junto ao Lindoso) – trata-se dos restos arqueológicos do acampamento ‘Aquis Querquennis’, dos sécs I-II, junto à via romana que unia Astorga a Braga (então “Bracara Augusta”).

A pausa seguinte foi já no Lindoso – para ver castelo e espigueiros. Junto ao Castelo de Lindoso (concelho de Ponte da Barca), sobressai um belo conjunto de 50 espigueiros de pedra (séculos XVII-XVIII) – em que cada exemplar é suportado por uma base de pilares curtos, assentes na rocha e encimados por mós.

Cumprido o roteiro, regresso ao Porto – ao ponto de partida.