olhemos as imagens das ruas de cidades em guerra
até agradecermos cada buraco nas ruas da nossa terra
onde podem bebericar em sossego as pombas da paz
![](https://www.apre-associacaocivica.pt/wp-content/uploads/2016/03/guerra.jpg)
Eu queria mais que as pessoas condenassem o horror sem que, por o ver banalizado, se diminuísse a exigência cívica relativamente à infinitamente menor desgraça das nossas ruas provocada pela incúria e má gestão dos dinheiros públicos, etc. O horror da grande guerra e do terrorismo, da grande fome e da grande pobreza não nos deixe acomodar às violações dos direitos comuns que já se tornaram naturais e, apesar de tudo, não podemos aceitar que sejam prejudicados. Até porque com a guerra e a instabilidade se criam sempre grandes oportunidades de negócios de trabalho escravo e, para combater a besta, precisamos que nos mantenhamos humanos exigentes para nós mesmos, mantendo que, se pode ser e em quê, exigentes para toda a humanidade contra a grande besta que tão bem usa a guerra contra a casa comum que se chama humanidade e, mais globalmente, a terra toda feita para a vida e pela vida que é a natureza. Os senhores do terror e do horror já nem odeiam quem matam e o que destroem. Só anseiam, por meios diversos e respondendo perante interesses aparentemente diversos, por uma humanidade que prescinda de si mesma e da sua natureza, e seja conforme ao apetite da besta.
Sempre que alguém aceita ser diminuído na sua dignidade e diminuir a dignidade dos outros, ou naturaliza as ofensas aos animais e à natureza ou ao ambiente global….. conforma-se aos caprichos de alguma das grandes bestas.
Arsélio Martins
Associado APRe! nº3058
Associado APRe! nº3058