Uma Revolução para a saúde com três F’s

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Financiamento, Fórmula para o Futuro” é o projeto lançado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares para reestruturar o funcionamento do SNS, acabando com o desperdício e valorizando o doente.

Gestores querem revolucionar o SNS Administradores hospitalares querem alterar o modelo de financiamento das unidades de saúde e melhorar a forma como estas estão organizadas.

A discussão não é nova. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) acompanha o ritmo da inovação ao nível terapêutico, mas está preso ao passado no aspeto organizacional. E quem paga o preço é o utente, que não é tão bem servido como poderia ser. Para inverter este ciclo vicioso, a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) lança hoje o “3F — Financiamento, Fórmula para o Futuro“, um projeto que vai juntar peritos nacionais, que até ao verão vão apresentar propostas que resolvam o grande problema do SNS: o modelo de financiamento. As restrições orçamentais, a falta de autonomia das unidades e o desperdício gerado pelo modelo de prestação de cuidados estão identificados como os principais obstáculos.
Para a APAH, «existe muita descontinuidade de cuidados, o setor da saúde é talvez o setor mais cristalizado. É necessário promover uma alteração em que a experiência do doente seja valorizada». E como se poderá alterar o «modelo pouco sofisticado» como os hospitais e demais unidades estão organizados? Os incentivos financeiros são «muito poderosos».

Oposição critica Governo
O Governo aumentou o capital estatutário dos hospitais em mais de 500 milhões de euros, permitindo-lhes saldar dívidas ou requalificar as suas instalações. A novidade surgiu no mesmo dia em que o Governo foi fortemente criticado no Parlamento pela falta de investimento na saúde. O CDS questionou se há má gestão no SNS, perante a degradação dos serviços; o PEV denunciou «o caos» no atendimento em alguns hospitais devido ao surto de gripe – ainda ontem o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho criou mais 40 camas de internamento, o Algarve ativou a fase laranja e um hospital de Guimarães alargou o horário do serviço de hospitalização domiciliária; e o BE lamentou que a verba (385 milhões de euros) que permitiu colocar o défice abaixo do exigido pela UE não tenha sido investido no setor.

João Moniz

Ver em Destak de 2018-01-10