Em Dezembro houve outra vez menos idosos com complemento solidário

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As mais recentes estatísticas mensais da Segurança Social foram divulgadas nesta quarta-feira.

O número de idosos com complemento solidário (prestação social que pode ser requerida quem tem pensões muito baixas) continuou em quebra, em Dezembro: o ano acabou com 166.174 beneficiários contra 170.529 contabilizados em Dezembro de 2014 (chegaram a ser mais de 236 mil em 2011). O mesmo se passou com os titulares de abono de família: 1.119.222, menos 498 mil crianças abrangidas do que um ano antes. Menor foi a redução no Rendimento Social de Inserção (RSI), que chegava no fim de 2015 a 209.390 pessoas, novas e menos novas, muito perto das 209.734 registadas um ano antes.

As mais recentes estatísticas mensais da Segurança Social foram divulgadas nesta quarta-feira. Confirmam, ainda que de forma mais atenuada do que noutras ocasiões, nos últimos quatro anos, uma tendência para a redução do universo dos que são abrangidos por alguns apoios sociais destinados aos mais pobres – o RSI, por exemplo, chegava em Dezembro de 2011 a mais de 316 mil pessoas, um ano depois era pago a menos de 281 mil e em Dezembro de 2014 não chegava aos 210 mil. Um corte de 34% num período em que a taxa de pobreza aumentou de 17,9% para 19,5%. O montante médio da prestação é hoje de 213 euros por família abrangida.

Com as medidas recentemente aprovadas pelo Governo é previsível que estes números voltem a subir. Por exemplo, no último dia do ano, o Governo decidiu repor o valor de referência do Complemento Solidário para Idosos que existia em 2013, 5022 euros/ano, o que deverá permitir que mais pessoas possam ser abrangidas.

Mais dados divulgados nesta quarta-feira, dia de debate sobre pobreza no Parlamento: aumentou o número de pessoas com “baixa”. Os dados do mostram 131.350 beneficiários de subsídio por doença, contra 109.819 em Dezembro de 2014. A Segurança Social faz saber que por motivos de ordem técnica, o processamento do subsídio de doença foi realizado com uma semana de atraso, englobando portanto um número maior de beneficiários do subsídio face ao que é habitual, daí se justificando o acréscimo verificado nas estatísticas referentes a Dezembro de 2015.

Prossiga-se: também há muito mais gente a beneficiar de subsídio por assistência a filho: 16.454 em Dezembro de 2015 contra 9710 um ano antes.

De resto, as prestações de parentalidade sobem em geral, num ano em que a natalidade também subiu: mais de 38 mil beneficiários contra 33.577 em Dezembro de 2014 (números que incluem os beneficiários de subsídio parental inicial, subsídio parental alargado e subsídio social parental inicial).

Andreia Sanches
Público 20.01.16