Os refugiados e os europeus

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Uma sondagem encomendada pela Amnistia Internacional e realizada em 27 países europeus (mas não em Portugal) mostra que a maioria da população defende a entrada de refugiados. Ou seja, os políticos que travam essa entrada, cedendo ao populismo anti-imigrante, talvez ganhem menos votos do que pensam.

A recusa, ou pelo menos, a resistência de muitos países europeus a receberem refugiados tornou-se a crise mais grave que a UE enfrentou – e que pode levar à desintegração europeia. Ora, dois documentos publicados esta semana vêm contradizer alguns mitos nesta matéria.

Uma sondagem encomendada pela Amnistia Internacional e realizada em 27 países europeus (mas não em Portugal) mostra que a maioria da população defende a entrada de refugiados. Ou seja, os políticos que travam essa entrada, cedendo ao populismo anti-imigrante, talvez ganhem menos votos do que pensam.

Por outro lado, um estudo sobre as consequências económicas do acolhimento de pessoas na UE (um milhão em meio em 2015) conclui que, ao fim de cinco anos, os imigrantes irão gerar quase o dobro do dinheiro que os Estados membros vão gastar com eles. Aliás, é óbvio que uma Europa envelhecida precisa de mais imigrantes, não de menos.

Portugal também precisa e os portugueses estão maioritariamente abertos a receber refugiados. Pena é que a ineficácia da burocracia europeia atrase a vinda deles.

Francisco Sarsfield Cabral
http://rr.sapo.pt/artigo/54640/os_refugiados_e_os_europeus