“Violência financeira sobre idosos”, comunicado à imprensa

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Entre as diversas formas de violência, há uma, a financeira, que a APRe! tem vindo a denunciar, quer internamente, quer no palco internacional. Depois da denúncia relativa ao encerramento de numerosas agências da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em localidades do interior, maioritariamente habitadas por idosos, obrigando os reformados a deslocarem-se quilómetros para terem acesso às suas pensões, acresce agora a medida comunicada aos Aposentados, Pensionistas e Reformados, clientes da CGD, através de carta, informando-os que a isenção de pagamento de despesas de manutenção das suas contas, só se manteria para aqueles cujas pensões fossem inferiores a 1,5 Salário Mínimo Nacional, ou seja, 835.50€. 

Esta notícia, confirmada pelo jornal Público, revela a forma agressiva como o Banco Público, atinge os seus clientes, ao fazer com que os mesmos paguem para receberem as suas pensões de reforma, quando o processo de pagamento de ordenados e pensões, através do banco, foi criado para beneficio das entidades empregadoras e da própria banca. A partir de 1 de Setembro verifica-se, assim, um novo “massacre” sobre pensionistas e reformados, numa medida que Paulo Macedo, ministro do anterior governo, visa retomar. 
Esta medida do Banco público, afecta os pensionistas e reformados que têm visto as suas pensões congeladas desde 2009, colocando-os numa situação que implica uma redução cada vez maior do seu poder de compra. 
Além dos reformados, e sem qualquer preocupação especial do ponto de vista social, o fim das isenções das comissões de manutenção da conta à ordem, “castiga” ainda os reformados por invalidez com menos de 65 anos, bem como, todos aqueles que se aposentaram antecipadamente, na sua grande maioria, por a isso se terem sido forçados. Hoje já não é possível abdicar de uma conta bancária e, mais uma vez, são as pessoas mais fragilizadas, que devendo ser poupadas a estes encargos com os bancos, são chamadas a contribuir para a recuperação de uma instituição bancária. 
APRe! defende a eliminação de qualquer taxa de manutenção sobre as contas dos reformados, bem como a reversão de encerramento de agências no interior, substituindo esta opção pelo encerramento em grandes cidades, onde a CGD tem múltiplas agências. 
A APRe! não está disponível para contribuir para mais este resgate da banca, considerando esta situação uma penalização inaceitável e violenta contra os idosos, agravada por ter origem num banco público!

A Presidente da APRe!
Maria do Rosário Gama